A Egbé, lançada há seis anos como Mostra de Cinema Negro, buscando ampliar horizontes e vozes inaugurou seu espaço formativo fora do tempo anual da mostra com o Curso “Direção: Alquimia Visual”, ministrado pelo diretor Lucas Cachalote. As inscrições foram gratuitas e aconteceram em setembro, com a oferta de 50 vagas.
O curso foi financiado pelo edital da Lei Aldir Blanc, através da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap), do Governo do Estado de Sergipe e do Governo Federal.
Animada com essa nova etapa, Luciana Oliveira, produtora da Egbé, explicou que o objetivo, com esse primeiro curso, foi estimular um espaço de formação preta audiovisual. “A ideia é lançar cursos e oficinas com regularidade, considerando modos plurais de pensar e de fazer cinema, não só em Sergipe, mas no Brasil inteiro”, afirma.
Lucas Cachalote, ao longo das aulas, fez uma viagem pela direção audiovisual nos seus mais diversos formatos e possibilidades, desde a criação até o “Corta!”, passando pela montagem e finalização do filme. “Abordamos as diversas maneiras da direção que eu já pude vivenciar como direção publicitária, direção de videoclipe, curta metragem, documentário, direção criativa e abordei como o diretor se coloca em cada um desses espaços, não só de forma efetiva exercendo a direção na hora do ação e corta, mas também os bastidores disso”, explica Cachalote. O diretor destacou, ainda, a atenção que deu para mostrar como a direção conduz a equipe e a relação entre os outros departamentos dentro da produção audiovisual.
Para além do curso, Cachalote também comentou seu entusiasmo nesse movimento de aquilombamento próprio da Egbé. “Já tive algumas oportunidades, mas oferecer um curso dentro de uma marca como a Egbé foi algo incrível, muito valioso mesmo. Fiquei feliz de ter sido lembrado para ser a pessoa que estreou a plataforma de cursos. Vejo isso como um grande reconhecimento”, destaca. “Outra coisa importante é esse espaço de formação através do afrocentrismo. Tento observar o meu set, hoje, sob um olhar afrocentrado, isso interfere muito na relação com a equipe, da micro comunidade que se forma a cada trabalho. A gente poder comentar sob essa perspectiva com diversos outros criadores e simpatizantes torna um espaço de muita força e único para que essas forças sejam estabelecidas e, agente, independente de onde esteja, consiga construir mais uma comunidade de troca, aprendizado e mudança”, finaliza.
Lucas Cachalote atua como diretor audiovisual e é fascinado por narrativas visuais. Diretor de cena, fazedor de filme e contador de histórias transita por diversos formatos e gêneros como publicidade, moda, cinema e música, tendo dirigido clipes como “Banho de Quilombo”, de Jaque Barroso e “Monolírico”, de Darthayan.
As aulas aconteceram entre os dias 11 e 15 de outubro com entrega de certificado ao final do curso.
